sábado, 24 de outubro de 2015

À Distância Nada Muda

Já passou 1 mês e poucos dias desde que estou aqui, as saudades cada vez são mais mas o amor cada vez é maior também. À medida que o tempo passa cada vez mais me apercebo do enorme valor que ela tem para mim, do quão importante ela realmente é na minha vida. Não permiti até agora e vou continuar a não permitir que alguém ou algo estrague aquilo que tanto passamos para construir juntos. As pessoas podem dizer isto e aquilo, mas só eu e ela é que sabemos o que realmente passamos juntos. Tenho saudades de muita coisa, saudades de quando estava mal e ela notava, ela esticava o braço, encostava a minha cabeça ao ombro dela e acariciava-me a cara, dizendo que tudo ia ficar bem, saudades de vê-la adormecer ao meu lado, agarrada a mim ou com a cabeça no meu peito, saudades das coisas mais pequenas e simples. Sou capaz de qualquer coisa para ela estar bem e feliz, qualquer coisa mesmo, sou capa de me pôr à frente de um carro para protegê-la, sou capaz de enfrentar qualquer adversidade para cuidar dela, tudo mesmo, sou capaz de tudo. Muitos podem achar isto lamechas ou azeiteiro, mas a verdade é que ela mudou a minha vida, tornou-se uma pessoa de grande significado para mim. Tenho uma camisola que ficou com ela enquanto estive em Angola, e agora tem o cheiro dela, embora não tanto como antes, mas tem, e eu lembro-me de abraçá-la e sentir o cheiro dela nos seus cabelos vermelhos, seguido de um grande beijo que a fazia mostrar o melhor sorriso do mundo, o sorriso da rapariga que eu amo e estimo com todo o carinho e amor do mundo. Ela prometeu-me que esperaria por mim, e eu sei que vai manter essa promessa, pois tal como eu vejo um mundo nela, ela também vê um mundo em mim. Lembro-me de quando ela dormia em minha casa e eu tinha de esperar para sairmos porque ela ainda tinha que se maquilhar, este tipo de coisas pequenas também me fazem muita falta. Sem ela já não sei o que é ser feliz, ela é a tal que eu sempre esperei, quis e precisei, e agora que a tenho não vou abdicar dela, venha quem vier, aconteça o que acontecer.
 Eu amo-a muito mesmo, mais do que qualquer pessoa consiga imaginar.



sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Frieza do Mundo

O ser humano é um ser cruel. Desde há uns dias para cá que eu vejo entes queridos a partirem e alguns a batalhar para não seguirem o mesmo rumo. O meu coração começa a estilhaçar com tanta tragédia e a minha sanidade mental começa a desvanecer. No início desta noite recebi notícias que rapidamente ensoparam a minha face de lágrimas, e resolvi ir dar uma volta com o propósito de me acalmar e não pensar nas coisas. Pelo caminho fui abordado por três sujeitos que me pareciam normais, que apenas me vieram pedir tabaco. Eu não tinha tabaco, e visto que não cago tabaco, disse que não podia dar. Os três rapidamente ficaram aborrecidos, pensando que os estava a enganar, e disseram que se não desse tabaco que ia levar um espancamento. À primeira oportunidade comecei a correr, pois não conseguia lidar com os três, mas a meio da corrida um dos sujeitos acerta na minha perna com um pontapé e fui ao chão. Enquanto um segurava em mim, os outros dois divertiram-se com socos, estalos e pontapés na cabeça. Passavam pessoas na rua mas ninguém fez nada, nem sequer pegaram no telemóvel para chamar a polícia ou pedir ajuda. Porquê? É por eu ter um olho branco? É por usar roupas largas? Qualquer que seja a razão, são atitudes como estas que me fazem repugnar a raça humana, uma raça que revela ser fria e cruel.

A Moldura Prateada

Todos os dias eu pego na mesma moldura, feita em madeira e de uma cor prateada, e fico a olhar para ela durante um certo tempo, mais do que uma ou duas vezes por dia. Nela está uma foto que foi tirada na manhã do meu aniversário. Na noite anterior tinha ido sair com amigos e com a minha namorada. Mal bateu a meia noite ela deu-me os parabéns com um grande abraço e um longo beijo. Apesar da festa não ter sido muito o meu estilo, eu gostei, pois ela passou a noite toda ao meu lado. Na foto estamos abraçados lado a lado, ela está com um sorriso mesmo lindo na cara, e segura uma rosa vermelha que eu lhe ofereci na mesma noite. São recordações destas que me fazem querer ainda mais que esta relação continue, quero voltar a passar noites destas com ela, até pode nem ser em festas, mas simplesmente estar com ela, deitar-me com ela e acordar no dia seguinte para dar-lhe carinho até acordar e um beijo de bom dia. Pessoas como ela valem muito, e acreditem que ninguém lhe dá tanto valor como eu. Ela é o meu maior orgulho e o meu maior tesouro, e sei que quando voltar para Portugal, ela vai estar lá a minha espera com um sorriso na cara e os braços estendidos para mim.

Mudanças

Desde muito cedo que nunca tive assim muitos amigos, passei pela típica fase de gótico numa certa idade, algo que mudou uns tempos depois, tinha eu 17 anos. Comecei a dar-me com as pessoas erradas, numa altura em que vivi sozinho pois os meus pais vivem em Angola, e como já devem imaginar, não deu bom resultado. Muito tempo depois, já com 19 ou 20 anos, encontrei um grupo de pessoas com quem me identificava, que eu considerei mesmo meus amigos e ainda hoje considero. Mas, devido a certas acções minhas, fui viver um ano em Angola com os meus pais, e fui a Portugal nas férias da Páscoa. Foi aí que tudo mudou, conheci a rapariga mais perfeita de todas, alguém que desde o inicio se preocupou comigo e só quis e continua a querer o meu bem e a minha felicidade. Começamos a aproximarmo-nos muito um do outro, algo que infelizmente apenas aconteceu no final das férias. Voltei para Angola, a despedida foi difícil, mas durante os restantes 4 meses que estive lá, ela falou comigo todos os dias e viamo-nos todas as noites. Vi logo que ela era a única rapariga que servia para mim e com quem eu conseguiria ser muito feliz. Pouco antes de voltar para Portugal fiz merda, quase que perdi a rapariga que amava, mas felizmente tudo se resolveu, embora ainda hoje eu me sinta muito arrependido da merda que estava prestes a fazer. Começamos a namorar, e posso dizer que desde aí ficamos inseparáveis, desde o acordar ao deitar. Fazíamos mesmo tudo juntos, as refeições, tomar banho, choramos e rimos juntos, brincamos e discutimos, mas acima de tudo continuamos a amarmo-nos um ao outro. Habituei-me a estar sempre com ela, a cuidar dela e a fazer tudo que podia para ver o sorriso que me cativou desde o início. Passei grande semana com ela no Algarve, ela conheceu os meus pais, que agora todos os dias perguntam pelo bem estar dela. A mãe dela, embora nunca tenha estado comigo pessoalmente, apoia muito a nossa relação e gosta muito de mim pois sabe que eu consigo cuidar da filha dela e fazê-la muito feliz. Tudo corria bem, até chegar o dia 13 de setembro. Vim para Bournemouth, em Inglaterra, para me fazer à vida e trabalhar um bocado, até dia 24 ou 25 de janeiro. Eu sei, são apenas 4 meses, mas essa mudança abalou ambas as nossas vidas. Ela acordou mesmo cedo e foi ao aeroporto para se despedir de mim, e, apesar de apenas ela e os meus pais terem ido ao aeroporto para me ver a ir embora, fiquei mesmo muito contente, pois eram as melhores pessoas que podia ter comigo naquela altura. Tentei conter as lágrimas e sorrir para ela, mas quando chegou a altura de me despedir, não consegui conter mais e abracei-me a ela a chorar baba e ranho. Os primeiros dias aqui foram os mais difíceis para os dois, mas ela esteve e está sempre do meu lado. Sei que vamos durar e que ela quer continuar comigo durante muito tempo, pois o que nós temos é muito para deitar a perder. Vou sempre cuidar dela, protegê-la e fazê-la  muito feliz de todas as maneiras que conseguir. Amo-a com todo o meu coração, ela é a tal que eu sempre quis e precisei.